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Projeto Brasil: o plano de transição energética


Visa substituir fontes de energia intensivas em carbono (como petróleo, gás natural e carvão) por fontes renováveis e sustentáveis

Publicado: 09/06/2025

Do GGN

Um dos pontos centrais do Projeto Brasil – a ser lançado pelo Jornal GGN – será a discussão de transição energética. O país tem dois diferenciais relevantes.

O primeiro, é seu saldo ambiental, especialmente junto ao mercado de crédito de carbono. O segundo é o potencial de energia verde, que tem feito muitas indústrias da China e da Europa estudarem a transferência de produção para cá.

Com o auxílio da Inteligência Artificial, vamos levantar os principais pontos de uma política de transição energética.

Ela visa substituir gradualmente fontes de energia intensivas em carbono (como petróleo, gás natural e carvão) por fontes renováveis e sustentáveis (como solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde), de forma a garantir segurança energética, desenvolvimento econômico e proteção ambiental. A seguir, detalho os principais objetivos e os pontos críticos dessa política:

Objetivos da política de transição energética

Descarbonização da matriz energética

  • Reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), alinhando o Brasil ao Acordo de Paris.
  • Promover uma economia de baixo carbono até 2050.

Aproveitamento do potencial renovável

  • Expandir a geração solar e eólica, onde o Brasil tem vantagens naturais.
  • Valorizar o papel da bioenergia e do etanol, setores nos quais o país é líder global.

Segurança e soberania energética

  • Diminuir a dependência de combustíveis fósseis importados.
  • Tornar o país menos vulnerável a crises externas de energia.

Inclusão social e geração de empregos verdes

  • Criar empregos na indústria de energias renováveis.
  • Estimular o desenvolvimento regional em áreas com potencial solar e eólico.

Inovação tecnológica e industrialização

  • Estimular a cadeia produtiva nacional de equipamentos e sistemas energéticos.
  • Atrair investimentos em tecnologias como hidrogênio verde e baterias.

Justiça climática e transição justa

  • Garantir que trabalhadores e comunidades impactadas pela transição (ex.: regiões carboníferas) tenham alternativas sustentáveis e suporte governamental.

Pontos críticos e desafios

Inércia política e falta de planejamento de longo prazo

  • Ausência de um marco regulatório integrado e consistente.
  • Falta de coordenação entre os entes federativos e os setores público/privado.

Interesses de setores fósseis

  • Forte lobby das indústrias de petróleo, gás e carvão.
  • Subsídios ainda existentes para combustíveis fósseis.

Desigualdades regionais e sociais

  • Risco de aprofundamento de desigualdades se a transição não for planejada com equidade.
  • Falta de acesso à energia limpa em comunidades remotas ou pobres.

Infraestrutura limitada

  • Linhas de transmissão insuficientes para integrar novas fontes (especialmente eólicas no Nordeste e solares no Centro-Oeste/Norte).
  • Dificuldade de armazenamento de energia e gerenciamento da intermitência.

Financiamento e investimentos

  • Falta de mecanismos estáveis de financiamento verde.
  • Risco regulatório pode afastar investidores internacionais.

Dependência do agronegócio e bioenergia

  • Concorrência por terra entre produção de alimentos, bioenergia e conservação ambiental.
  • Desmatamento pode comprometer a imagem e sustentabilidade da bioenergia.

Tecnologia e capacitação

  • Baixo investimento público em pesquisa e desenvolvimento.
  • Falta de formação técnica para empregos na nova economia verde.

Modelos internacionais

Alemanha (Energiewende)

  • Política de Estado iniciada nos anos 2000.
  • Grandes investimentos em solar e eólica, com metas ambiciosas de neutralidade de carbono até 2045.
  • Participação cidadã em cooperativas de energia renovável.
  • Exemplo positivo, embora enfrente desafios com segurança energética.

Uruguai

  • Conseguiu transformar sua matriz elétrica em mais de 95% renovável em menos de 15 anos.
  • Investimentos públicos e parcerias privadas em eólica, solar e biomassa.
  • Modelo de coordenação estatal eficaz.

Chile

  • Política agressiva de expansão da energia solar no deserto do Atacama.
  • Leilões públicos bem estruturados, atraindo investimentos internacionais.
  • Plano nacional de hidrogênio verde como prioridade estratégica.

China

  • Maior investidor global em energia renovável.
  • Liderança industrial em painéis solares e baterias.
  • Estratégia coordenada de longo prazo, com forte presença do Estado.

Índia

  • Programa ambicioso de energia solar para zonas rurais.
  • Parcerias internacionais para capacitação e transferência de tecnologia.

Propostas concretas para o Brasil

1. Plano Nacional de Transição Energética Justa

  • Criar um plano integrado (interministerial e federativo), com metas claras até 2050.
  • Garantir mecanismos de consulta e participação social, especialmente de comunidades impactadas (trabalhadores do setor fóssil, povos indígenas, quilombolas etc.).

2. Reforma dos subsídios energéticos

  • Reduzir gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis.
  • Redirecionar esses recursos para energias renováveis, eficiência energética e formação profissional.

3. Fomento à energia solar distribuída

  • Ampliar o acesso de residências, comércios e cooperativas à geração solar, com financiamento popular (inclusive via Caixa ou BNDES).
  • Criar programas específicos para instalar painéis solares em escolas, hospitais e prédios públicos.

4. Expansão e modernização da infraestrutura elétrica

  • Investir em linhas de transmissão para integrar regiões com alto potencial renovável (Nordeste, Norte).
  • Estimular o uso de baterias e sistemas de armazenamento.

5. Incentivo à industrialização verde

  • Criar zonas econômicas especiais para a cadeia produtiva do hidrogênio verde, eólica offshore, veículos elétricos etc.
  • Garantir conteúdo local na fabricação de turbinas, painéis, eletrolisadores etc.

6. Transporte sustentável

  • Ampliar a eletrificação do transporte público (ônibus elétricos) e do transporte de carga ferroviário.
  • Estimular o uso de biocombustíveis avançados (como etanol de segunda geração e biodiesel de resíduos).

7. Capacitação e inclusão no mercado de trabalho verde

  • Criar programas nacionais de requalificação para trabalhadores do setor fóssil.
  • Integrar a pauta energética à educação técnica e profissionalizante (SENAI, universidades federais, IFs).


     


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