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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 20/10/2025
Do Uol
Coordenador do grupo de trabalho responsável pela proposta de reforma administrativa, o deputado federal Pedro Paulo (PSD) tem a sogra empregada há quase um ano no gabinete do vereador Márcio Ribeiro (PSD), seu amigo e principal aliado na Câmara do Rio.
Ângela Márcia de Souza Infante Vieira, 61, foi nomeada como assistente em novembro do ano passado, com salário líquido de R$ 7.400. Até agosto —última folha salarial divulgada no site da Câmara—, somou R$ 75,4 mil em remunerações.
Ângela é mãe da influenciadora digital Tatiana de Souza Infante Vieira, 42, a Tati Infante, com quem Pedro Paulo se relaciona há mais de dez anos. Os dois se casaram em agosto de 2023.
A sogra do deputado também é sócia-administradora de duas empresas —a academia de dança Arte em Movimento e a distribuidora de água mineral Boutique das Águas—, que ficam num mesmo endereço, no bairro carioca de São Conrado.
O UOL apurou que ela cumpre rotina de trabalho no local durante a semana. A reportagem a encontrou na última segunda (13) à tarde, na distribuidora de água, e a questionou sobre suas funções na Câmara Municipal.
"Sou assessora. [Atuo em] eventos culturais. E trabalho com escola, com dança", disse.
Segundo ela, não houve indicação por parte do deputado Pedro Paulo, mas afirmou que conheceu o vereador por meio do parlamentar.
Questionada sobre quando foi a última vez que foi à Câmara Municipal, disse: "Tem uns 15 dias mais ou menos".
O UOL não localizou nas redes sociais da sogra de Pedro Paulo nenhuma referência ao trabalho dela na Câmara Municipal.
Ângela se identifica como CEO das duas empresas em que é sócia administradora.
Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, Pedro Paulo disse que Ribeiro convidou a sogra, "que ajudou, se dedicou muito nas suas duas campanhas vitoriosas, para colaborar em seu time político".
Não posso restringir oportunidades nem penalizar as pessoas próximas a mim, impedindo elas de trabalharem. Não há qualquer impedimento legal. Na época, o vereador me consultou sobre o convite e não me opus.
Pedro Paulo
deputado
"Melhor que a minha impossível"
Além de atuar como assistente, a sogra de Pedro Paulo foi contratada, entre junho e setembro de 2021, como coordenadora de um projeto de aulas esportivas gratuitas realizado pela ONG ICA (Instituto Carioca de Atividades).
A verba veio de uma emenda de seu genro. Sua remuneração foi de R$ 4.000 mensais brutos.
A esposa de Pedro Paulo,Tati Infante, também chegou a ser nomeada, em 5 de janeiro de 2021, no gabinete do vereador Márcio Ribeiro.
A nomeação, contudo, foi cancelada no mesmo dia, após ter sido divulgada pela colunista Berenice Seara, no jornal Extra.
Filha de vereador em emenda de deputado
Enquanto Pedro Paulo tem a sogra no gabinete de Márcio Ribeiro, o vereador teve a filha, Giovanna Marques Ribeiro, 19, empregada num projeto de castração de animais financiado por uma emenda do deputado, conforme revelou o UOL em outubro do ano passado.
Giovanna foi contratada pela ONG ICA em abril de 2024 como coordenadora de atividades educativas, com salário de R$ 5.500 por 44 horas semanais de trabalho. Ela permaneceu na função até abril deste ano, quando recebeu R$ 13.600 em verbas rescisórias.
Pedro Paulo esteve bastante engajado na campanha de Márcio Ribeiro no ano passado.
O vereador passou de 19.383 votos em 2020 para 56.770 em 2024, sendo o campeão do PSD no Rio e atrás apenas de Carlos Bolsonaro (PL), que teve 130.480 votos.
Cargos comissionados e trabalho remoto na mira
Um dos principais braços direitos do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), Pedro Paulo está em seu quarto mandato como deputado federal.
Nas últimas semanas, o deputado vem se destacando como o principal nome da proposta de reforma administrativa.
Entre os pontos previstos no texto, há um limite de 5% para cargos comissionados na gestão pública —como o que a sogra do parlamentar está empregada.
O número sobe para 10% em cidades pequenas. Metade desses cargos deve ser preenchida por servidores efetivos.
Outra mudança seria a fixação de um limite de apenas um dia de trabalho remoto por semana em municípios, estados e União.
A reforma está dividida em três textos: uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), um projeto de lei e um projeto de lei complementar.
A proposta também mira em privilégios como férias de 60 dias, licença por "excesso de trabalho" e verbas indenizatórias.