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Senado e governo assinam um pacto anti-golpe


Um golpe poderia desestabilizar a política brasileira por décadas

Publicado: 12/08/2015

Publicado pelo O Cafezinho 

O presidente do Senado, Renan Calheiros, assumiu uma posição firme contra um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A posição de Renan se une a uma série de reações, de importantes forças sociais e políticas, aqui e no exterior, contra um golpe parlamentar no Brasil.

Ao declarar que um impeachment poderia "botar fogo no Brasil", Calheiros deixou claro que um processo desses poderia deflagrar uma convulsão social, tirando a legitimidade de quem assumisse o poder e deixando o país ingovernável por tempo indeterminado.

Um golpe poderia desestabilizar a política brasileira por décadas. A comparação com o impeachment de Collor não procede. Ao contrário de Collor, a eleição de Dilma se deu pela união orgânica de muitos partidos, sindicatos, movimentos sociais, que se engajaram em sua campanha e não aceitariam nenhum governo imposto à força, sem a legitimidade de um processo eleitoral regular e transparente.

A perplexidade dos movimentos sociais e a apatia do povo não duraria muito tempo. Após um período de susto, um golpe de Estado poderia levar o país a uma guerra civil.

Espontaneamente se criou no Brasil, à esquerda e à direita, uma espécie de bloco do bom senso, que tenta hoje estender um cordão sanitário ao redor de Eduardo Cunha.

Semi-morto politicamente, Cunha está tentando causar o maior estrago possível ao governo, indiferente às consequências de sua pauta terrorista para a economia do país.

Os empresários já perceberam que Cunha é um louco que, em sua obsessão por agredir Dilma e o PT, está dando prejuízo para todo mundo.

O acordo firmado entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros, para lançar uma agenda positiva e levar adiante uma série de reformas importantes, aponta para um caminho de estabilidade política.

Pena que o governo tenha preferido se apegar tão obsessivamente às medidas de ajuste fiscal. Poderia ter feito um jogo mais inteligente, enviando um conjunto de leis ao congresso. Mesmo perdesse algumas votações, teria a oportunidade de pautar o debate público nacional, evitando fazer o papel de cordeiro de Deus sacrificado no altar da traição política.

Por outro lado, o PMDB - não sabemos até que ponto agiu espontaneamente, levado pelas circunstâncias - fez o jogo do policial mau (Cunha) e policial bom (Renan), e assumiu, na prática, a liderança política no país.

Movimentos sociais já começaram a chiar, provavelmente com razão, contra diversos pontos da "agenda positiva" acertada entre Renan e Levy.

Seja como for, essa agenda é uma vitória da legalidade.

Seu significado político corresponde a um basta à Eduardo Cunha - e um pacto antigolpe pela governabilidade e pela democracia.

A agenda ainda é apenas um conjunto de propostas. Tudo pode ser ajustado melhor em seguida, conforme as leis forem sendo debatidas no parlamento. Pelo menos, não se incluiu nenhuma medida que signifique retrocesso para o setor do petróleo.

O governo cometeu tantos erros seguidos, levou adiante uma agenda política tão mal formulada, tão mal apresentada, tão mal jogada com o parlamento e com a sociedade, que não lhe resta muitas saídas que não uma relação de muita humildade com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

Aliás, há tempos que setores progressistas já vinham vislumbrando, em Renan, o último bastião do bom senso e da legalidade democrática, no Congresso, contra o trator golpista e reacionário que vinha da Câmara, após a eleição de Eduardo Cunha.

A ordem, de qualquer forma, é manter a guarda e fortalecer os movimentos de resistência democrática, para sobrevivermos a esse agosto infernal.

É muito cedo para alimentar qualquer otimismo ou esperança. A única ação prudente, no momento, é exercer a luta política em sua plenitude, nas redes, nas ruas e no interior do nosso próprio espírito, não nos deixando iludir ou fraquejar.

Tudo ainda está em suspenso, porque o golpismo ainda tem munição pesada para gastar neste sombrio mês de agosto: mais delações manipuladas, votações do TCU e TSE, marcha golpista no dia 16.

Continuem todos com os cintos fortemente afivelados, porque ainda enfrentaremos muitas turbulências no futuro próximo.

As coisas ainda podem piorar um pouco antes de melhorar.

 



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