SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - [email protected]

Home | Notícias

Servidores denunciam esvaziamento da Funai e más condições na saúde indígena


Como o presidente eleito já demonstrou não ter interesse nos serviços de assistência à população indígena, o medo de muitos servidores da Sesai, criada em 2010, é de extinção

Publicado: 15/01/2019

Da Ascom Sindsep-PE

Os primeiros dias de 2019 trouxeram muita insegurança e pânico aos povos originais brasileiros. Atentados e agressões contra os índios e suas reservas se multiplicaram nos últimos dias depois da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Declarações de Bolsonaro contra a demarcação de terras indígenas, durante a campanha, deixam comunidades inteiras vulneráveis e insuflaram o ódio e a violência contra os povos espalhados pelo território nacional.

Ao assumir, o presidente retirou da Funai a prerrogativa de analisar as demarcações de terras indígenas. Além de esvaziar o órgão, o Governo repassou as demarcações pasta da Agricultura, que está comandada por pessoas ligadas ao agronegócio, principais inimigos dos indígenas.

Agora, servidores da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), responsáveis pela assistência dos povos indígenas junto ao SUS, alertam também para o esvaziamento da assistência médica da população indígena brasileira.

Na Sesai há relatos das péssimas condições onde muitos trabalhadores das atividades fins são terceirizados, contratados por meio de convênios através de ONG’S. A maioria das Unidades de Saúde pertence aos municípios e não ao órgão federal, faltam ambulâncias e veículos apropriados para o transporte de medicamentos e outros insumos.

“Hoje, as comunidades indígenas possuem acesso a equipes de saúde com atendimento específico. Mesmo com toda a deficiência de recursos e infraestrutura essas equipes ainda funcionam. Tenho muito receio de esvaziarem a Sesai por completo e abandonarem os índios”, destacou o secretário Geral do Sindsep-PE, Felipe Pereira.

Como o presidente eleito já demonstrou não ter interesse nos serviços de assistência à população indígena, o medo de muitos servidores da Sesai, criada em 2010, é de extinção. Na verdade, o medo maior é o de extinção da própria Funai. Em seu discurso de posse, Bolsonaro afirmou que indígenas deveriam ser integrados ao restante da população brasileira. Importante lembrarmos que foi sob o discurso da “integração” que se promoveu o massacre de indígenas brasileiros ao longo dos séculos.

Compensação

Uma política diferenciada e compensatória para os povos indígenas leva em consideração os desafios históricos que eles enfrentam contra a destruição de sua cultura, expropriação de seus territórios e construção da sua cidadania, além da preservação dos recursos ambientais do país.

“Depois de séculos de assassinatos, expropriação de terras, escravidão e destruição de toda uma cultura, temos uma dívida enorme com os povos indígenas. Eles foram atacados e fragilizados desde o período colonial. Por isso a necessidade de uma política diferenciada que os fortaleça e os dê condições de conquistarem uma melhor qualidade de vida e de se realizarem em suas potencialidades, assim como acontece com os homens brancos que residem nas diversas metrópoles brasileiras”, sublinhou o secretário Geral do Sindsep-PE.      

A ameaça de esvaziamento e extinção da Funai requer a mobilização e unidade dos servidores federais. “Hoje é a Funai. Amanhã pode ser o seu órgão”, observou Felipe. O Sindsep-PE continuará lutando para  defender a valorização dos órgãos públicos e de seus servidores. “Mas essa luta só se fortalecerá se tiver o envolvimento de todos”, concluiu o secretário. 

« Voltar


Receba Nosso Informativo

X