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Servidores promovem ato, em Brasília, em defesa dos trabalhadores intoxicados


Muitos servidores que atuaram, durante anos, no combate a doenças como malária, dengue e febre amarela e utilizaram produtos tóxicos sem adequada proteção, hoje enfrentam problemas graves de saúde

Publicado: 30/08/2018

Da Ascom Sindsep-PE

Servidores federais irão se reunir no próximo dia 13 de setembro, em Brasília, para um ato de protesto em defesa dos trabalhadores intoxicados da Funasa (ex-Sucam). A mobilização está sendo organizada pela Condsef/Fenadsef, Fenasps e CNTSS. 

Muitos servidores que atuaram, durante anos, no combate a doenças como malária, dengue e febre amarela e utilizaram produtos tóxicos sem adequada proteção, hoje enfrentam problemas graves de saúde, como o câncer. Centenas deles já faleceram vítimas desses problemas. Entre os produtos utilizados por esses trabalhadores, o inseticida DDT foi usado durante 50 anos no Brasil para matar o mosquito transmissor da malária. A situação desses servidores já chegou a ser reconhecida como questão humanitária. 

O objetivo dos trabalhadores é recuperar a saúde e a dignidade. O governo precisa reconhecer que esses trabalhadores foram intoxicados no trabalho e garantir tratamento adequado para eles. Já existem várias ações na Justiça nesse sentido. 

Os servidores também lutam para garantir adendo a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 17/2014, de autoria do senador Valdir Raupp. A proposta de emenda busca “conceder indenização, tratamento médico e psicológico aos ex-servidores da extin-ta Sucam e seus familiares, afetados por doenças graves em decorrência da contaminação de DDT e Malathion.”

“Esses trabalhadores precisam ser reparados por danos causados a saúde. Cometeram um verdadeiro genocídio. Muita gente já morreu e outros estão em uma situação compli-cadíssima de saúde. Esses inseticidas eram letais”, comentou o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira. 

Os trabalhadores intoxicados apresentam sintomas como cansaço, tontura, úlcera, gastrite, insônia, dor de cabeça, coceira, pressão alta, perda de memória, irritabilidade, falta de apetite, tremores e até convulsão. Muitos desses sintomas estão descritos no manual que era distribuído aos inspetores desses trabalhadores há mais de 30 anos. 

Segundo os servidores, a borrifação do inseticida obedecia a normas muito rígidas. Já a manipulação e o preparo do DDT era precária. Muitos deles mergulhavam suas mãos no produto e dormiam nos mesmos espaços onde eles eram armazenados. Depois da utilização muitos servidores e a população das localidades atendidas usavam os vidros do produto para guardar alimentos. 

Depois da exposição aos venenos, os trabalhadores começaram a apresentar um processo de adoecimento. A esse processo, se seguiu inúmeras visitas aos hospitais e clínicas médicas e o uso de uma infinidade de medicamentos. 

Os trabalhadores reclamam da falta de assistência por parte do Governo Federal. Eles se sentem esquecidos pelo poder público. Segundo eles, a Funasa não dá a assistência que deveria.
 

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