Sindicatos filiados e a Condsef/Fenadsef vão formar um coletivo de comunicação

Construir um coletivo de comunicação que envolva a Condsef/Fenadsef e as diversas entidades sindicais ligadas à Confederação, que pense e promova estratégias para propagar uma comunicação que preze pela verdade, justiça social e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros. Essa foi a uma das propostas que saíram do 5º Encontro Nacional de Comunicação da Condsef/Fenadsef, realizado nos últimos dias 13 e 14 de fevereiro, em Brasília.

 

O Encontro reuniu diretores e profissionais de comunicação, de vários estados brasileiros, para dialogar a respeito da importância do uso dos diversos meios de comunicação pela categoria. Entre os presentes, o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira, os diretores de comunicação, Fernando Lima, Jemuel Nunes e Ramilson Matos, além dos jornalistas e assessores de imprensa da entidade. 

 

“Bom ouvir que todos nós precisamos investir em mídias digitais como forma de levarmos as nossas mensagens à categoria, ação que temos desenvolvido em Pernambuco. Mas importante o alerta para continuarmos produzindo jornais impressos e retomarmos a distribuição deles por parte dos próprios diretores e representantes de base, como fazíamos no início do movimento sindical, para voltarmos a ter um contato maior com cada servidor”, comentou José Felipe Pereira.

 

O investimento maior em mídias digitais e redes sociais foi defendido pelo jornalista Leandro Fortes em sua palestra, na abertura do encontro. Hoje, Leandro é sócio de uma empresa especializada em comunicação e marketing digital, a Cobra Criada. Segundo ele, não há como se fazer uma comunicação, nos dias atuais, sem um investimento forte em redes sociais. Ele citou o Facebook, o Twitter e o Instagram como principais redes para se trabalhar a comunicação sindical, todas já utilizadas pelo Sindsep.

 

“O comunicador tem que buscar o equilíbrio entre a realidade virtual e os meios convencionais. E temos que construir uma narrativa capaz de bater de frente com a propagada pelos grandes meios de comunicação”, destacou.

 

A jornalista e fundadora do Núcleo Piratininga de Comunicação, Cláudia Giannotti, listou, durante sua palestra no segundo dia do encontro, narrativas da mídia tradicional familiar que foram incutidas na mente dos trabalhadores brasileiros durante as últimas décadas, lembrando que os grandes meios de comunicação defendem os interesses das grandes corporações mundiais e que são inimigos da classe trabalhadora.

 

“Eles passaram a ideia, por meio de jornais de televisão, impressos, revistas, rádios e programas de entrevistas e de entretenimento, como novelas, de que aqueles que defendem os trabalhadores não valem nada, que toda greve é baderna, de que é preciso privatizar as empresas públicas, de que é necessário flexibilizar as leis trabalhistas e de que os movimentos sociais são formados por vagabundos. Foi uma grande lavagem cerebral, por meio da comunicação, que acabou ganhando a disputa de narrativas. Precisamos agora propagar as nossas narrativas de forma mais eficaz”, afirmou.

 

Para ela, a eficácia só pode ser atingida com o retorno dos sindicalistas a sua base e a entrega de jornal, olho a olho, por parte de diretores e representantes sindicais. “É assim que várias igrejas evangélicas estão agindo e conquistando a população. Com a visita em suas casas e a entrega direta de seus jornais”, concluiu.

 

Ao final do encontro de comunicação, os presentes elencaram uma série de propostas para tornar a comunicação sindical mais eficaz, além do coletivo de comunicação. Entre elas, a criação de um grupo de WhatsApp com os profissionais de comunicação de todo o país. “É uma proposta bem interessante. Podemos debater pautas e estratégias nesse grupo”, destacou Fernando Lima. 

 

Já Ramilson Matos propôs encontros estaduais de capacitação de diretores e representantes de base para melhorar o domínio das redes sociais e a propagação de notícias. “Ideias muito importantes estão saindo desse encontro”, comentou.

 

Outra ideia é a de que os profissionais de comunicação dos sindicatos passem a contribuir com matérias para a página da Condsef/Fenadsef na internet. “É fundamental que esses jornalistas passem a atuar mais em rede, trocando informações diárias”, concluiu Jemuel Nunes.