SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - [email protected]

Home | Notícias

Sindsep-PE sedia 8º Encontro Pernambucano das Mulheres de Terreiro


O Sindsep-PE abriu suas portas pela primeira vez para a Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco, durante o 8º Encontro Pernambucano das Mulheres de Terreiro, realizado durante o dia de ontem, no auditório da sede do sindicato (foto). O encontro reuniu mulheres e homens de terreiros de Candomblé, Umbanda e Xambá de Pernambuco

Publicado: 26/11/2014

O Sindsep-PE abriu suas portas pela primeira vez para a Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco, durante o 8º Encontro Pernambucano das Mulheres de Terreiro, realizado durante o dia de ontem, no auditório da sede do sindicato (foto). O encontro reuniu mulheres e homens de terreiros de Candomblé, Umbanda e Xambá de Pernambuco. 
 
Este ano, o evento trouxe como tema O Bem Viver para as Mulheres de Terreiro e a Construção da Marcha das Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Estar.  
 
A programação foi aberta por cânticos em louvor a Oxum, orixá feminino das águas doces dos rios e cachoeiras, do amor, prosperidade e beleza. Em seguida, a coordenadora geral do Sindsep, Graça Oliveira, deu as boas vindas aos presentes. “É muito importante a valorização das religiões de matriz africana para que os direitos do povo afro-brasileiro sejam respeitados. Vivemos um momento, em todo o mundo e com reflexo no Brasil, de muito preconceito e reacionarismo. Os sindicatos também sofrem muito preconceito da mídia e de parte da população que desconhece o nosso trabalho. Espero que esse seja apenas o começo de uma nova parceria. Sejam todos bem vindos”, destacou Graça. 

A palestra inaugural do Encontro foi proferida pela Iyabassé Vera Baroni, como o mesmo tema do evento. Inicialmente, Vera fez uma homenagem a Dona Joaninha, conhecida como tia Inês, que fundou o terreiro Obá Ogunté, mais conhecido como o Sítio de Pai Adão, em Água Fria. Vera Baroni lembrou ainda das três africanas Iyá Detá, Iyá Nassô e Babá Assiká que implantaram o terreiro mais antigo do Brasil em Salvador, a Casa Branca do Engenho Velho, ou o Ilé Iya Nassô Oká. Por último, homenageou a professora carioca e feminista negra Lélia Gonzalez.

Em seguida, a Iyabassé destacou a necessidade das mulheres negras se unirem para lutar contra a invisibilidade. “A história brasileira não dá nenhum destaque as mulheres negras que ajudaram a construir esse país. Devemos construir uma pauta para as mulheres negras e os governos brasileiros terão que assumir compromissos e cumpri-la. Queremos sair da invisibilidade”, comentou.

Vera Baroni alertou para o fato de que as mulheres negras brasileiras não podem se contentar em ter uma vida e seguir profissões impostas por uma sociedade sexista e racista. “Quero que a minha filha possa ter a mesma oportunidade de escolha que qualquer pessoa a ponto de decidir se quer ser uma manicure ou uma juíza”, disse, observando que todas devem se emprenhar pela busca do bem viver.

Depois da palestras, os presentes se dividiram em dois grupos para debater propostas a respeito do bem viver das mulheres de terreiro das casas de matriz africana e afroindígena em Pernambuco e o bem viver das mulheres de terreiro no cotidiano da sociedade pernambucana. Em seguida, foi realizada uma plenária para a sistematização das propostas de ações a serem promovidas durante a Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá no dia 13 de maio de 2015, em Brasília. Na ocasião da Marcha, será realizada uma série de oficinas ligadas a temas como geração de renda, apropriação de novas tecnologias e expressões culturais. 
« Voltar


Receba Nosso Informativo

X