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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 15/08/2025
Durante a pandemia do coronavírus, guerras e crises econômicas, a vida da classe trabalhadora e de grupos em situação de vulnerabilidade tem sido tratada como descartável, avalia a socióloga Sabrina Fernandes, que entre 2017 e 2023 comandou o canal Tese Onze no YouTube. Ela participou da edição do BdF Entrevista, da Rádio Brasil de Fato, nessa quinta-feira (14).
“A pessoa comum vai perdendo espaço nessa discussão, e algo que tem ganhado mais espaço que ajuda a explicar essa desvalorização da vida, principalmente quando se fala de pessoas idosas, pessoas com deficiência, com doenças crônicas, é uma certa lógica de eugenia mesmo”, observa Fernandes, citando também a expansão da xenofobia na América Latina.
Para ela, a solução não está apenas na diplomacia tradicional ou em instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial do Comércio (OMC), que operam em um nível distante da vida cotidiana das pessoas. “Se o direito à vida não é garantido num sistema de segurança realmente justo, solidário no nosso país, será que o Brasil é tão soberano assim?”, questiona, reforçando que “a soberania deveria se pautar pelo direito à vida, e não apenas pela autoridade do Estado”.
Em meio ao ressurgimento da soberania como uma pauta de esquerda, no enfrentamento às agressões do governo de Donald Trump contra o Brasil, Fernandes defende uma “soberania multiescalar”, que inclua o povo, as etnias e as diferentes cosmovisões presentes no território, e não apenas o Estado.
“O internacionalismo ecoterritorial significa que podemos nos pautar mais pela nossa interdependência e o compartilhamento da vida através da natureza”, explica. Ela alerta contra a lógica de ver território e natureza apenas como recursos. “Se é limitado, o que eu pego para mim, o outro não vai pegar. Essa lógica é muito prejudicial para a permanência da vida na Terra”.
A pesquisadora aponta ainda que enfrentar a policrise exige alternativas ao modelo capitalista vigente, que prioriza lucro e acumulação sobre a vida. “Não é uma questão de simplesmente ganhar do outro, mas de garantir que todos sobrevivam. O ecossocialismo propõe pensar políticas e relações econômicas que preservem a vida e o meio ambiente, rompendo com a lógica de escassez e competição extrema que hoje domina a sociedade global”, conclui.
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