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Surto de febre amarela evidencia vigilância epidemiológica precária no Brasil


Segundo o último boletim de monitoramento epidemiológico da doença, divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 8 deste mês, de julho do ano passado até agora já foram confirmados 358 casos em Primatas Não Humanos (macacos) e 11 em humanos com quatro vítimas fatais

Publicado: 16/01/2018
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

O país está registrando mais um surto de febre amarela. Segundo o último boletim de monitoramento epidemiológico da doença, divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 8 deste mês, de julho do ano passado até agora já foram confirmados 358 casos em Primatas Não Humanos (macacos) e 11 em humanos com quatro vítimas fatais. Os estados afetados são Mato Grosso, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, que registra o maior número de casos, mais de 90%. Correntes estão circulando nas redes sociais e é preciso esclarecer algumas informações para evitar o pânico e ajudar na prevenção, que ainda é o melhor remédio.

Segundo o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira, que trabalha no Ministério da Saúde há mais de 30 anos e tem uma larga experiência no controle de endemias, o Brasil tem epidemias da febre amarela desde a época colonial. Acontece que o país tinha controlado a doença em áreas urbanas, embora permanecesse em áreas silvestres. A novidade agora seria o reaparecimento da febre amarela nas cidades. Para ele, alguns fatores favoreceram, tais como o desmatamento, extrativismo e o turismo sem as devidas precauções. Além disso, é preciso considerar que a doença pode ser transmitida por inúmeros vetores, como Aedes aegypti, Aedes albopictus e Haemagogus, todos com caráter migratório. 

Outro fator que precisa ser considerado é a descentralização do controle de endemias para os estados e municípios. “O problema não é a descentralização. O problema é que falta compromisso dos governos. Eles não mantêm uma regularidade de vigilância epidemiológica. Eles agem como bombeiros para “apagar incêndios” quando tem surtos. Falta compromisso, equipamentos e insumos, além de qualificação constante dos profissionais envolvidos”, dispara o secretário geral do Sindsep-PE. Para ele, de fato a descentralização do controle de endemias acelerou os casos de epidemias, como exemplo, surtos anuais de dengue. Sem falar dos casos de zika e chikungunya 

José Felipe Pereira teme que a febre amarela chegue a Pernambuco. “A vigilância de febre amarela aqui é precária. O estado não se faz o controle em Primatas Não Humanos, que é feito na maioria dos estados, inclusive nos que apresentam casos da doença. Então o problema é entrar em Pernambuco um animal ou mosquito infectado”, alerta.

Para evitar que a doença chegue a Pernambuco ou se espalhe por todo o país não existe mistério. Primeiro passo é controlar os vetores. Segundo é a vacinação, que é feita de forma gratuita pelo governo. Devem ser vacinadas todas as pessoas que vão para áreas consideradas de risco, como os estados onde foram registradas a doença, ou para a região amazônica. Um detalhe importante. A pessoa deve ser vacinada 10 dias antes de viajar para que a medicação possa fazer efeito. Então não perca tempo. Procure a rede pública de saúde em sua cidade e veja quais são os locais que possuem a vacina. 

Em Recife, a vacina contra a febre amarela é disponibilizada na Policlínica Waldemar de Oliveira (Santo Amaro); IMIP; CISAM; Policlínica Amaury Coutinho (Campina do Barreto); Centro de Saúde Prof. Monteiro Moraes (Beberibe); Policlínica Albert Sabin (Tamarineira); Policlínica Lessa de Andrade (Madalena); Policlínica Agamenon Magalhães (Afogados); Hospital Geral de Areias; Centro de Saúde Dom Miguel de Lima Valverde (Boa Viagem); Centro de Saúde Vereador Romildo Gomes (Imbiribeira); USF do Pina; e Policlínica Clementino Fraga (Vasco da Gama). 

Infelizmente, mais uma vez por falta de investimento em saúde pública, a dose da vacina contra a febre amarela será fracionada. Na prática, significa que a dose única (0,5 ml) que era aplicada antes servia para toda a vida e a fracionada (0,1 ml) tem validade de oito anos, de acordo com estudos realizados pelo Instituto Biomanguinhos, da Fundação Oswal-do Cruz (Fiocruz), que fabrica a vacina.

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