Na manhã desta segunda-feira (27/09) chegou ao segundo lugar no trending topics do Twitter a hastag #TaCaroCulpaDoBolsonaro para denunciar a alta de preços dos alimentos, do combustível, da conta de energia elétrica etc. Sem impulsionamento, só com engajamento das entidades do campo progressista, de políticos, artistas, personalidades e da população de uma forma geral, foram milhares de tuites, um protesto generalizado contra a alta da inflação, que ameaça chegar à casa dos dois dígitos e já é a maior dos últimos 25 anos.
Se a situação está ruim, pode piorar ainda mais, caso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/20 seja aprovada no Congresso. Essa reforma administrativa do governo Bolsonaro, com o argumento de “modernizar” a máquina pública, diminui o papel do Estado e, consequentemente, a oferta dos serviços públicos.
Para Fausto Augusto Júnior, diretor técnico do Dieese, não é apenas uma questão de preços e todos os extratos sociais tendem a perder com a reforma administrativa. “Para os pobres, vai ter serviço pior e faltar, pois não terão como pagar. Para a classe média e alta, que pagam (serviços), vai encarecer ainda mais”, frisa.
Para ele, a reforma administrativa é um projeto de transferência do fundo público para a iniciativa privada, ou seja, vai ter cada vez menos recursos para as políticas sociais e a população vai precisar recorrer ao setor privado.
A PEC 32 compromete, por exemplo, o futuro do SUS, da vacinação gratuita, permite a cobrança de taxas na educação pública, dificulta o acesso à aposentadoria e aos demais benefícios previdenciários, bem como permite a privatização de órgãos públicos. É mais do que o desmonte, é o fim dos serviços públicos!
PEC 32/20
Depois de uma manobra orquestrada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o parecer do relator da PEC 32, o deputado Arthur Maia (DEM), foi aprovado na Comissão Especial na semana passada. “Para conseguir aprovar o parecer, o quinto apresentado por sinal, foi preciso mudar os membros da Comissão e agir na calada da noite”, lembra o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
Para o sindicalista, apesar de vencer o primeiro round, o governo não conseguiu aprovar a PEC,na Comissão Especial, de forma tranquila. “A mobilização continua para ganharmos o segundo round no Plenário da Câmara”, diz José Carlos de Oliveira. Esta semana continua o trabalho de pressão em Brasília para barrar a reforma administrativa.
A mobilização continua também nas redes sociais. O site Na Pressão disponibiliza canais de comunicação com deputados e senadores. Tem também a campanha Cancela a Reforma nas redes sociais (Instagram, Facebook, Twitter e YouTube), onde você vai encontrar vídeos e cards. Curte e compartilha!