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Temos que eleger políticos que tenham compromisso com a classe trabalhadora


Nenhum presidente eleito no Brasil consegue governar sem alianças políticas e acordos com os deputados e senadores eleitos

Publicado: 04/10/2018

Datafolha apresentou pesquisa dias antes do segundo turno das eleição de 2014 dando vitória para Aécio Neves

Da Ascom Sindsep-PE

O  sistema político brasileiro pode ser considerado como uma anomalia em sua raiz. Vivemos no que passou a ser conhecido como um presidencialismo de coalisão. Isso porque o sistema político brasileiro em vigor é presidencialista, mas a Constituição determina que o Congresso nacional deve aprovar os projetos do presidente eleito, podendo acatá-los ou não. E o que resulta desse arranjo?

Nenhum presidente eleito no Brasil consegue governar sem alianças políticas e acordos com os deputados e senadores eleitos. E essa é justamente a raiz da atual crise. Isso porque os últimos governos de esquerda eleitos tiveram pouco apoio no Congresso e tiveram que fazer alianças com partidos de direita para governar o país e aprovar seus projetos. Com isso, acabaram sendo enganados por políticos desonestos.     

Por isso a necessidade dos trabalhadores brasileiros despertarem para a importância do voto em políticos que estejam ligados historicamente a luta em defesa dos direitos e leis trabalhistas e por condições mais dignas de trabalho. Ou seja, votar em quem defende o trabalhador e não em quem defende a elite econômica e o empresariado nacional e estrangeiro. 

O candidato Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, era deputado federal até o período pré-eleitoral. No Congresso, ele votou a favor da Reforma Trabalhista, do congelamento dos investimentos públicos em educação, saúde, segurança e moradia por 20 anos e da entrega do pré-sal para as multinacionais. Por outro lado, votou contra o fundo de combate a Pobreza,  a valorização do salário mínimo, contra elevar os impostos pagos pelos bancos e defende a mesma aliquota de imposto de renda para todos os brasileiros. 

Já o seu opositor, que segundo todas as pesquisas irá disputar o segundo turno, Fernando Haddad (PT), é contra a Reforma Trabalhista, contra a entrega do pré-sal para as multinacionais e contra o congelamento dos investimentos públicos por 20 anos. Em contraponto, Haddad é a favor do Fundo de Combate a Pobreza, de elevar os impostos dos bancos e de isentar aqueles que ganham até cinco salários mínimos do imposto de renda. Ou seja, são dois projetos completamente diferentes. Por isso, a importância de analisarmos tudo com muita calma.    

No entanto, o voto consciente em representantes dos trabalhadores não serve apenas para o candidato a Presidência. Mas para todos os cargos políticos. Governador, deputados e senadores. Todos devem ter ligações com a nossa luta. Isso porque, sem o apoio de políticos progressistas e de esquerda, por mais bem intencionado que seja o presidente, ele não conseguirá implantar um projeto de governo que atenda a demanda dos trabalhadores. Ou pode até conseguir implementar uma pequena parte, mas terá que continuar fazendo alianças, acordos e negociatas. 

De nada vale elegermos um presidente de esquerda e deputados e senadores de direita que vão impedi-lo de governar. Só iremos promover uma nova crise como a que impediu Dilma Rousseff (PT) de governar seu segundo mandato e que a tirou do poder para colocar em seu lugar um grupo de políticos investigados por corrupção. Como também não adianta elegermos um governador progressista e deputados estaduais de direita que defendam os empresários e seus interesses pessoais. 

“E não podemos ter medo de votar naqueles que acreditamos. Nessa última semana antes das eleições, surgiram ‘novidades’ para impor um clima de medo aos brasileiros e fazer com nós mudássemos o voto. Mas não vamos nos deixar enganar”, destacou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.

Como em eleições passadas, nos últimos dias, tivemos a divulgação de pesquisas diferentes de todas as anteriores mostrando uma distância grande entre Bolsonaro e Haddad. Também houve a divulgação à imprensa da delação premiada de Antônio Palocci, no que foi considerada como mais uma jogada eleitoral do juiz Sérgio Moro. A delação já havia sido rejeitada pelo Ministério Público, por falta de provas. 

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