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The Economist: “Brasil dá lição de maturidade democrática”


Julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado também serve de teste de como os países se recuperam de uma febre populista

Publicado: 29/08/2025

Reprodução: The Economist

Do GGN

A capa da revista The Economist desta semana traz o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caracterizado como um dos apoiadores do presidente norte-americano de Donald Trump, que em 2021 invadiram o Capitólio, em Washington, na tentativa de impedir a diplomação do presidente eleito Joe Biden.

Mais que uma referência, o veículo defende que o julgamento do ex-presidente brasileiro investigado por liderar a tentativa de golpe de Estado é uma lição de maturidade democrática aos EUA, além de servir de “teste de como os países se recuperam de uma febre populista”.

“Imaginem um país onde um presidente polarizador perdeu sua tentativa de reeleição e se recusou a aceitar o resultado. Ele declarou a votação fraudada e usou as redes sociais para incitar seus apoiadores a se rebelarem. Eles o fizeram aos milhares, atacando prédios do governo. Então, a insurreição fracassou, o ex-presidente enfrentou uma investigação criminal e os promotores o levaram a julgamento por planejar um golpe. Isso soa como uma fantasia da esquerda americana. Na outra grande democracia do hemisfério, é realidade”, inicia a The Economist.

Referindo-se a Bolsonaro como “o Trump dos trópicos”, a revista lembra que o julgamento está marcado para 2 de setembro e que as evidências “parecem um flashback do passado turbulento do Brasil”, uma vez que militares conspiraram para anular o resultado das urnas, além de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL). “Como nossa investigação sobre a conspiração explica, o golpe fracassou por incompetência e não por intenção.”

Condenação

Ao apostar na condenação de Bolsonaro e associados, o veículo coloca o Brasil como “um caso de teste para a recuperação de países de uma febre populista”, em comparação à Polônia, Reino Unido, Israel e, claro, Estados Unidos.

“Os dois países parecem estar trocando de lugar. Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários — com Donald Trump esta semana mexendo com o Federal Reserve e ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia. Um dos motivos pelos quais o Brasil promete ser diferente de outros países é que a memória da ditadura ainda está fresca. A democracia foi restaurada em 1988. O Supremo Tribunal, moldado pela “constituição dos cidadãos” promulgada naquela época, ainda se vê como um baluarte contra o autoritarismo.”

Outro ponto que levou Bolsonaro ao júri é que, no Brasil, a maioria da população tem consciência sobre os crimes de Bolsonaro e acredita que o ex-presidente tentou dar um golpe para se manter no poder.

Candidatos da direita à presidência em 2026 também disputam a herança bolsonarista, apesar de discordarem do estilo político do líder do clã Bolsonaro.

“A maioria dos políticos brasileiros, de esquerda e direita, quer deixar para trás a loucura de Bolsonaro e sua polarização radical. Dos figurões empresariais em São Paulo aos políticos de Brasília, há um acordo surpreendente sobre uma agenda difícil, mas urgente, de mudança institucional.”

Sanções

A reportagem destaca ainda a interferência de Trump na soberania brasileira ao acusar o Supremo Tribunal Federal (STF) de caça às bruxas. O chefe de Estado norte-americano também impôs tarifas de 50% sobre produtos de origem brasileira e a lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo de Bolsonaro.

“Felizmente, a interferência de Trump provavelmente terá um efeito contraproducente. Apenas 13% das exportações brasileiras vão para os Estados Unidos, e consistem principalmente de commodities, para as quais novos mercados podem ser encontrados. Os EUA já concederam inúmeras isenções. Até agora, os ataques de Trump apenas fortaleceram a posição de Lula nas pesquisas de opinião e lhe deram uma desculpa para qualquer notícia econômica ruim antes da próxima eleição, em outubro de 2026.”



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