Trabalhadores de todo o Brasil participam, nesta 6ª, de ato contra reforma da Previdência

Em meio a muita confusão no governo em torno da reforma da Previdência (PEC-06) que acaba com a aposentadoria da grande maioria dos brasileiros, uma multidão promete ir às ruas nesta sexta-feira, dia 22, para denunciar o que representa essa reforma: transferir a Previdência que é pública para a iniciativa privada e para o capital financeiro, favorecer o empresariado e fazer com que as pessoas trabalhem até morrer. No Recife, os trabalhadores vão se concentrar a partir das 15h, na praça do Derby, de onde devem sair em caminhada pelas ruas centrais da cidade. A atividade acontece em nível nacional e faz parte de uma agenda de mobilizações da CUT e demais centrais sindicais para a preparação de uma grande greve geral que deve acontece ainda esse semestre. Ou seja, a classe trabalhadora está dando seu recado: ou para a reforma, ou paramos o Brasil!

O Sindsep-PE chama atenção dos servidores federais para participaram de todas as atividades contra a reforma da Previdência, haja vista que a categoria será uma das mais atingidas, caso a matéria seja aprovada. “A hora de reagir é agora. Já fizemos isso no governo passado e conseguimos barrar a reforma de Temer. É a nossa capacidade de mobilização que vai medir o poder de pressão contra a reforma”, salienta o coordenador geral do Sindspe-PE, José Carlos Oliveira. Além do Recife, haverá atividades nos municípios do interior do Estado.

Em Palmares, o Sindsep-PE estará participando de um protesto com outros sindicatos da região, a partir das 8h30, em frene a sede do INSS. De lá, os manifestantes saem em passeata até a praça Paulo Paranhos, no centro. Em Petrolina, o ato também será pela manhã, às 8h30, na praça do Bambuzinho. Em Caruaru, no Agreste, haverá manifestação, a partir das 7h, ao lado do Grande Hotel São Vicente de Paulo, no centro da cidade.

Cresce em todo o país um movimento contra a PEC 06. Na última quarta-feira, foi lançada, em Brasília, a Frente Mista Parlamentar em defesa da Previdência, com a participação de vários deputados federais e senadores, além de mais de cem entidades sindicais e dos movimentos sociais.  "Nunca vi nada mais cruel do que a proposta de Bolsonaro. É uma desestruturação completa do Estado no seu papel social. Bolsonaro não foi eleito falando em alteração da Previdência, isso é estelionato eleitoral", declarou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), durante o lançamento da Frente, que aconteceu no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.

No mesmo dia do lançamento da Frente, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) entregou à Câmara o projeto da reforma da Previdência dos militares, uma verdadeira legitimação do privilégio. Enquanto na PEC 06 o governo justifica que “todos precisam dar sua parcela de contribuição” e devem abrir mão de direitos históricos para “sanar as contas públicas”, na reforma dos militares esta categoria terá direito a um plano de carreira que custará para os cofres públicos R$ 86,85 bilhões nos próximos dez anos.

Ou seja, enquanto o trabalhador comum vai ter sérios prejuízos com a reforma da Previdência, correndo o risco de jamais se aposentar, os militares terão um plano de carreira que significa para eles aumento na renda, sem falar que vão poder se aposentar com a integralidade dos soldos (salários). Uma luz para os trabalhadores é que esses privilégios dos militares não agradaram a equipe econômica do governo nem mesmo muitos parlamentares, que ameaçam fazer alterações e até adiar a votação da matéria.

Apesar de preocupante, a falta de entendimento no governo e na Câmara é algo favorável, o que torna urgente e imprescindível a mobilização dos trabalhadores para derrubar essa reforma, que já tramita na Câmara dos Deputados.