Este website utiliza cookies
Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência, otimizar as funcionalidades do site e obter estatísticas de visita. Saiba mais
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 29/09/2025
Do GGN
Peça 1 – das Forças Públicas às Polícias Militares
Um dos grandes desafios do federalismo brasileiro é a subordinação das Polícias Militares estaduais a um poder central. Trata-se de um dilema histórico.
No Império existiam as Guardas Nacionais, de caráter local, controlada pelos chamados coronéis regionais. Eram braços armados do poder dos coronéis, criadas para controlar rebeliões regionais.
Após a Revolução de 1930, Getúlio Vargas criou mecanismos de subordinação, não ao poder civil federal, mas ao Exército. Eram usadas no policiamento interno e como reserva militar, em caso de guerra. Esse modelo se manteve na República, de 1946 a 1964.
Na ditadura, as PMs foram fortemente militarizadas e integradas ao sistema de segurança nacional, utilizadas na repressão política e no controle de protestos.
No período de ascensão da ultra-direita bolsonarista, tornaram-se claramente ameaças à democracia interna dos estados.
Peça 2 – os motins das PMs
No início, com demandas corporativas:
Na década de 2010, os motins tinham conotação sindical/corporativista. A partir de 2020, ganharam conotação político-ideológica, alinhada ao discurso da extrema direita.
Agora, com o PL 2395, a ultra-direita dá sua tacada mais atrevida, visando conferir às PMs poder de fogo equivalente ao do Exército. Há o risco evidente de, em qualquer momento de maior tensão política, governadores de ultra-direita acionarem suas PMs contra o governo central. Daí, a necessidade urgente de uma remodelação no sistema nacional de segurança pública.
Peça 3 – a experiência internacional
Vamos a alguns exemplos internacionais sobre o controle das polícias estaduais.
Quadro Comparativo de Estruturas Policiais e Controle do Governo Central
| País | Estrutura Policial | Controle sobre polícias locais/estaduais | Estratégias contra crime organizado | Mecanismos contra insubordinação |
| Brasil (atual) | Polícias Militares estaduais, subordinadas a governadores; PF e PRF federais | Governo federal só intervém em caso de “grave comprometimento da ordem” | PF no combate ao crime organizado; cooperação informal com PMs | Alto risco de autonomia política das PMs, ausência de controle federal direto |
| Espanha | Polícia Nacional (federal), Guarda Civil (militarizada), e polícias regionais (Catalunha, País Basco) | Ministério do Interior controla polícia nacional e guarda civil; polícias regionais subordinadas a estatutos autonômicos | Guarda Civil atua contra narcotráfico e terrorismo | Governo central pode intervir nas regiões (art. 155 da Constituição) |
| França | Polícia Nacional (urbana, subordinada ao Ministério do Interior) e Gendarmaria (militar, subordinada ao Ministério do Interior e Defesa) | Total centralização; não há polícias estaduais | Forças conjuntas (RAID, GIGN) contra terrorismo e crime organizado | Estrutura fortemente hierarquizada; risco de insubordinação é mínimo |
| México | Polícias estaduais e municipais; criação da Guarda Nacional (federal, com base militar) | Governo federal pode assumir segurança em estados críticos | Guarda Nacional combate cartéis; coordenação com Exército | Forte centralização, mas militares dominam segurança pública |
| EUA | Polícias locais e estaduais; FBI e DEA no nível federal | Autonomia ampla dos estados; coordenação se dá por task forces e verbas federais | FBI/DEA coordenam contra máfia, terrorismo e drogas | Governo federal pressiona via cortes de verba ou legislação federal, mas não controla diretamente polícias estaduais |
| Chile | Carabineros (polícia militarizada nacional), subordinados ao Ministério do Interior | Estrutura totalmente nacional; não há polícias estaduais | Carabineros atuam diretamente contra crime organizado; colaboração com PDI (Policía de Investigaciones) | Forte subordinação ao poder civil; centralização garante controle |
Peça 4 – o Ministério da Segurança Pública
Vamos a uma proposta genérica, a partir dos estudos de especialistas disponibilizados na rede.
1. Estrutura Geral
3. Combate ao Crime Organizado
4. Prevenção de Insubordinação