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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 26/09/2025
Do GGN
Peça 1 – a conspiração em dois níveis
A conspiração do bolsonarismo e a ultradireita se dá em dois níveis.
Um, na Câmara de Deputados. Outro, na articulação entre governos estaduais e organizações criminosas, em torno das Polícias Militares.
Há várias modalidades:
Elas se intercomunicam nos canais de lavagem de dinheiro, como as Fintechs, distribuidoras de petróleo, esquemas imobiliários, leilões de gado, influenciadores, igrejas.
Aí se entra na atuação política desses grupos.
Eles se fortalecem em duas frentes onde, no momento, travam-se duas batalhas essenciais:
Peça 2 – o PL 2395
O PL 2395, permitindo aos policiais militares ter o mesmo padrão de armamentos do Exército faz parte do mesmo jogo da Câmara Federal com a PEC da Blindagem. É preciso estar atento e forte para a parte mais letal da estratégia bolso-tarcisista de cooptação das Policiais Militares, através da ascensão da sua banda podre.
O projeto, de autoria do deputado Coronel Ulysses (União-AC), pretende equiparar policiais estaduais/militares ao trato das Forças Armadas no que diz respeito à aquisição de armas de uso restrito.
A proposta foi aprovada na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, após emenda do relator (deputado Sargento Gonçalves, do PL-RN) que estendeu o alcance do projeto.
Entre os pontos da emenda está o aumento do número de armas que cada policial pode possuir — de 4 para 6 — e a possibilidade de até 5 dessas serem de uso restrito.
O projeto modifica a Lei Orgânica Nacional das Polícias Militares, passando para análise na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Se aprovado, seguirá para o Congresso e depois dependerá de sanção ou veto presidencial.
Com essa PL, seria possível a um miliciano infiltrado na PM adquirir até 6 armas e formar sua milícia. E as PMs terem equipamento pesado para enfrentar as Forças Armadas.
Peça 3 – Bolsonaro e o pacto das milícias
A direita bolsonarista é umbilicalmente ligada ao crime organizado. E uma das peças da grande engrenagem do crime organizado é a infiltração nas Polícias Militares. Peça central desse esquema é a facilitação do comércio de armas.
Desde o início da formação política, os Bolsonaro usaram como tema a frase “um povo armado jamais será escravizado”. No Brasil, a frase foi popularizada por Jair Bolsonaro e repetida inúmeras vezes por seus filhos, especialmente Eduardo Bolsonaro, em defesa da flexibilização do Estatuto do Desarmamento.
Já como presidente, propôs armar a população para defender o governo contra a ditadura das instituições.
No Congresso brasileiro, Eduardo chegou a citar a frase em justificativas de projetos de lei (como o PL 5417/2020), tratando-a quase como um lema de sua bandeira política.
George Washington, o celerado que tentou explodir, em Brasilia, um caminhão cheio de combustíveis e planejava jogar bombas no aeroporto, citou que foi incentivado por Bolsonaro e sua frase “um povo armado jamais será escravizado”.
Peça 4 – A família Bolsonaro e as milícias
A família Bolsonaro, especialmente através de figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro, tem sido ligada às milícias no Rio de Janeiro por meio de diversas evidências e investigações jornalísticas e judiciais.
Peça 5 – Armando a população
O governo Bolsonaro foi marcado pelos seguintes fatos:
Desmantelamento da Fiscalização: O governo foi responsável por normas que desmantelaram os mecanismos de fiscalização, seja pela fragilização de testes de aptidão técnica ou psicológica, seja pela vertente do rastreamento de armas e munições.
Descontrole e Desvio: O aumento da circulação de armas de fogo, facilitado pela legislação, contribuiu diretamente para o aumento de ocorrências de roubo, furto e extravio de armamentos, alimentando o comércio ilegal. Quase 6.000 armas pertencentes a CACs foram roubadas, furtadas ou extraviadas entre 2018 e 2023. Além disso, investigações revelaram que CACs se tornaram traficantes de armas para facções criminosas.
Queda nas Apreensões: Enquanto o número de armas em circulação crescia, o número de armas apreendidas pelas forças policiais caiu 12,5% entre 2021 e 2022. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública avalia que essa queda indica a ausência de priorização da retirada de armas ilegais de circulação e a falta de trabalhos investigativos sobre o desvio de armas entre os mercados legal e ilegal.
Peça 6 – As PMs e as organizações criminosas
O envolvimento de Policiais Militares (PMs) com organizações criminosas no contexto do Porto de Itaguaí tem sido objeto de investigações e prisões. Foram detectados casos em que PMs atuavam em conluio com quadrilhas para facilitar o contrabando de armas, drogas e outros ilícitos. Alguns PMs foram presos por extorsão, facilitando o transporte e segurança de cargas ilegais, cobrando “propinas” de comerciantes e operadores do porto em troca de proteção.
No golpe de 8 de janeiro, a medida mais relevante anti-golpe foi a ação coordenada dos procuradores estaduais, decretando estado de emergência nos estados e, com isso, obrigado as PMs a ficarem nos quartéis.
Se o governador Tarcísio de Freitas tivesse rompido esse cerco e enviado tropas da PM paulista para Brasília, qual teria sido o desfecho do golpe? Qual teria sido o impacto sobre os dissidentes das Forças Armadas? O golpe de 1964 começou com o deslocamento de tropas do Exército, comandadas pelo general Olimpio Mourão Filho, que deu organicidade a uma conspiração até então difusa.
Daí a importância fundamental de se colocar no foco o pacto da ultradireita com as PMs e o crime organizado.
Há um amplo levantamento de ligação de PMs com o crime organizado:
Peça 7 – o Porto de Itaguai
O caso mais emblemático foi a atuação dos Bolsonaro no Porto de Itaguai, porta de entrada do contrabando de armas no país. Bolsonaro afastou o chefe da Receita e os delegados federais que fiscalizavam o porto, demitiu o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, removeu a unidade de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal no porto.
Apenas depois da saída de Bolsonaro, o porto começou efetivamente a ser investigado.
Peça 8 – a grande batalha contra o crime organizado
Neste momento, o Supremo Tribunal Federal está obrigando o Google a abrir as pesquisas em torno da morte da Marielle. Pode estar, aí, a possibilidade de se chegar ao centro do crime organizado e aos verdadeiros mandantes da morte de Marielle.